Para melhor apreciar a apregoada superior qualidade da novela “Para Sempre”, a TVI exibiu o primeiro episódio nas salas de cinema.
O StarsOnline falou com os seus protagonistas Diogo Morgado e Inês Castel-Branco e também com Cristina Ferreira, que nos revelaram como foi gravar a mais recente aposta em ficção num clima de medo e tensão por causa da pandemia.
Tal como se de um filme se tratasse, a nova novela da TVI, Para Sempre foi apresentada oficialmente numa sala de cinema do C. C. Colombo. Concebida em plena crise pandémica, e contrariamente ao que é usual, esta é uma obra que se apresenta já finalizada, com todos os episódios gravados. Nos papéis principais estão dois nomes sonantes da representação, Inês Castel-Branco (39 anos) e Diogo Morgado (40 anos) que nos contaram um pouco sobre as personagens e como foi trabalhar em circunstâncias tão nefastas e até assustadoras.
“Foi quase como uma catarse. O fechar de um capítulo.”
Para Inês Castel-Branco, este papel de Clara é distinto do que tem sido usual interpretar, reconhece: “É uma personagem um pouco diferente daquilo que costumo fazer. É uma romântica, mas um bocadinho ingénua, que trás alguns segredos e traumas de infância. É muito querida e o público irá gostar muito dela.”
Um dos temas centrais da trama de Para Sempre tem para a atriz, além de achar ser pertinente que chegue à praça pública, um significado muito especial, como confessa: “A questão da infertilidade é mais um tabu que é importante falar nas novelas. Quando li a descrição da personagem percebi que existiam muitas coisas parecidas comigo; a vontade de ter uma família, a relação que tem com as crianças, o facto de não querer incomodar os outros com os seus problemas. Esta parte da infertilidade, eu Inês nasci com este problema, o dela foi causado, mas como passei pelo mesmo e, talvez por isso, foi mais fácil interpretá-lo. Foi só lembrar o que se passou comigo das vezes que perdi bebés… Como já me aconteceu há muito tempo foi quase como uma catarse. O fechar de um capítulo. A minha história é muito feliz, pois acabei por ter um filho.”
Contracenar com Diogo Morgado foi uma mais valia para si. “Já havia trabalhado com o Diogo há muitos anos na novela Tudo por Amor. Sempre gostei muito do Diogo porque tem um sentido de humor incrível e é um rapaz muito sério a trabalhar. Fiquei muito impressionada com a sua sensibilidade, pois referia que era uma injustiça estarmos a trabalhar e os nossos colegas do teatro não poderem. Estava um bocadinho triste com toda esta situação da cultura no país. Apoiámo-nos muito um ao outro e foi uma aventura fazer isto com ele.”
“Sentíamos a equipa técnica tensa e receosa”
Por falar em Diogo Morgado, este conta-nos como foi gravar em clima minado pelo Covid-19 e todo um ambiente singular que se fazia sentir para todos os envolvidos, lembra: “Para mim o Pedro Valente é único, porque espero que tenha sido a única vez que fiz uma personagem em pandemia. A forma como nos relacionámos em plateau foi diferente. Sentíamos a equipa técnica tensa e receosa, principalmente nas alturas que os números da Covid dispararam. Tudo isso passa para as cenas. Havia algumas que eram tensas e ficaram super-tensas. Outras que não podiam ter receio e as personagens estavam com medo.”
Quanto ao resultado final, apesar de estar condicionado pela força das circunstâncias, tem uma virtude, explica: “Tudo o que foi feito foi com verdade, embora seja com uma verdade emprestada. Se tudo correr bem, as pessoas não irão ficar do meu lado, mas vão perceber porque reajo daquela forma.”
Para Sempre foi escrita por André Ramalho, produzida pela Plural e conta ainda no elenco com Pedro Sousa, Inês Aires Pereira, Paulo Pires, Marina Mota, Luís Esparteiro, Maya Booth, Sara Prata, Ricardo Sá, entre muitos outros.
©starsonline®texto: Eduardo César Sobral
