Entrevistamos em exclusivo Alan Tudyk, protagonista de série “Resident Alien”

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Alan Tudyk veste a pele de Um Alien Muito Humano que chegou à Terra com a missão de exterminar a Humanidade, mas o contacto com os humanos começam a deixar-lhe sérias dúvidas na concretização.

No dia 28 de fevereiro estreia no SyFy a segunda temporada de Resident Alien, uma série que mistura ficção científica com um humor negro delicioso. O StarsOnline teve a oportunidade de falar em exclusivo com o protagonista Alan Tudyk, que nos conta sobre este papel de alienígena que usa a pele de um médico para se misturar com a população. Fala-nos igualmente de outros projetos, como o filme da Disney, Peter Pan & Wendy.

Nascido a 16 de março de 1971, Alan Tudyk é dos atores que tem mantido uma carreira sólida em Hollywood, integrando muitos importantes projetos cinematográficos. No seu extenso portfólio constam obras como ‘Rogue One: Uma História de Star Wars’, ‘Eu, Robot’, ‘Firefly’, ‘Zootrópolis’, ‘Coração de Cavaleiro’, ‘Deadpool 2’, entre muitos outros. É também igualmente muito requisitado pela Disney para dar voz a alguns dos filmes de animação de maior sucesso, desde ‘Frozen’, ‘Ralph vs Internet’, ‘Encanto’, ‘Vaiana’, etc.

Além do cinema, muitas são igualmente as séries para televisão que participa. ‘Resident Alien’ é o projeto em que está envolvido, onde dá vida a um alien que vem à Terra para exterminar a Humanidade. Mas, para se misturar com a população da pacata localidade de Patience, acaba por adquirir a identidade do médico local, Harry Vanderspleige, o que se revela uma tarefa algo bizarra e bastante cómica.

Está cada vez mais difícil para o Harry

Para lembrar um pouco o que sucedeu na primeira temporada, o alienígena chegou ao planeta Terra com uma missão específica: exterminar a Humanidade. Contudo, com o desenrolar da ação, e após ter assumido a identidade do médico Harry Vanderspleiger, começa a ser assaltado por dúvidas existenciais que começam a comprometer a missão, assim nos explica Alan: “Na primeira temporada, Harry está a tentar matar toda a Humanidade. Anda à procura da bomba para matar toda a raça humana. No final, e devido a estar num corpo humano durante tanto tempo, acaba por ser influenciado pelas emoções humanas e começa a gostar dos Humanos. Como não consegue matá-los a todos decide não o fazer. Já na segunda temporada, não vou matar todos, mas eu não sou o único alien no Universo e venho de um planeta que me enviou para matar toda a gente. E, se eu não consigo, vão mandar outro alien que termine o serviço. E assim começa a segunda temporada, comigo a tentar travar que outros aliens destruam a Terra. Agora tento salvar a Terra e como continuo num corpo humano, onde sinto mais e mais emoções humanas. Está cada vez mais difícil para o Harry…

“Não sabe controlar as suas emoções”

Podemos esperar um alien cada vez mais humano, como explica o ator: “É como uma criança humana e não sabe controlar as suas emoções pelos padrões normais. Ele começa a sentir e não sabe bem como reagir. “Que sensação é esta no meu estômago e que é isto nos meus olhos. Porque está a minha cara molhada? Contudo, ele não gosta nada disto porque não tem controle.”

Quem interpreta o polvo é Nathan Fillian (Castle)”

Um dos personagens que se estreia é um polvo, cuja voz pertence a um ator bem conhecido dos portugueses, que é resgatado da cozinha por Harry. De sarcasmo fácil e humor muito peculiar vai introduzir uma outra dimensão ao enredo, como nos assegura Alan: “Quem interpreta o polvo é Nathan Fillian (Castle), ou seja, é quem lhe dá a voz. Eu e o Nathan somos amigos há muito tempo e estivemos juntos numa série de televisão, Firefly, onde destruo uma nave espacial diferente. Voltar a trabalhar com ele fazendo de polvo, como deves imaginar, tem muita piada. Um amigo com quem trabalhas, falas e é um polvo, tem mesmo muita piada. Na série é um polvo de borracha muito realístico, independentemente dos efeitos especiais da pós-produção, pois no tanque é animado por uns fios…

“Gosto de humor onde as apostas são muito altas”

Quanto ao tipo de humor que se usa em Resident Alien, Alan garante que é fã. “Gosto de humor onde as apostas são muito altas. Eu vou matar toda a gente no planeta e tudo à partida é muito mais intenso. Se está a chorar pela primeira vez é muito mais intenso. Gosto da experiência. Adoro um personagem que vai pelo mundo conhecendo as coisas pela primeira vez. Ele é curioso e é como uma criança que não compreende coisas simples. É um personagem curioso. Seria mais fácil se interpretasse um humano, sem dúvida.  Porém, acaba por ser divertido conseguir fazer humor físico.

Quanto ao que vai acontecer entre o alien e Asta, uma das personagens centrais, será um consolidar da temporada anterior, explica: “Harry não vai destruir a Terra porque ama ou gosta de Asta. Se sua amizade ficar má vai destruir a Terra outra vez? O que vai acontecer é que se vai tornando mais próximo de cada vez mais pessoas, o que é ótimo. Asta é quem lhe introduz o amor pela Terra e pela Humanidade. Asta será a sua humana principal.”

“Claro que vai haver mais crime nesta temporada”

Já quanto ao fator crime que é um dos ingredientes principais e que dá igualmente mote a grande parte da ação, não vai faltar, assegura: “Claro que vai haver mais crime nesta temporada, principalmente porque o Xerife tem de ter algo para fazer. Ele vai continuar a perseguir-me e a tentar apanhar-me em flagrante. Mas terá um fim muito rápido na temporada. Ele sabe que Harry é o assassino e tenta encontrar formas para o capturar, mas será difícil… mas nos restante episódios existirão mais crimes que vão assolar a pacata localidade de Patience .”

“O meu contrato é de seis anos”

Quando pedimos a opinião sobre quantas mais temporadas se pode Resident Alien manter no ar, esta é uma questão que o ator tem alguma dificuldade em responder. “Não sei bem. Na América o lema é o mais que puder. O meu contrato é de seis anos e se fizer quatro anos julgarei que será o suficiente… até que me digam que não o é. Temos dois mais anos, pelo menos, mas dependerá das audiências e do criador da série. Se as audiências forem boas, claro que deve continuar e como é uma comédia, há sempre muitas histórias para poderem ser contadas. Há certas séries que nas últimas temporadas ficam completamente loucas. Nem quero imaginar em Resident Alien… Se a última temporada for passada num outro planeta, será o final.” ironiza.

Jude Law interpreta o papel de Capitão Gancho

Para além de Resident Alien, Alan Tudyk esteve igualmente envolvido em outros projetos, desta feita para cinema. Um dos mais importantes é a produção da Disney, ‘Peter Pan & Wendy’. Pedimos ao ator para que nos contasse sobre a sua aventura nesta produção de orçamento de muitos milhões de dólares. “Sim, é um projeto importante. Acabaram mesmo por construir o navio pirata. Aqui é Jude Law que interpreta o papel de Capitão Gancho e eu faço de Mr. Darling. Tenho um bigode e um cabelo estranho e sou o pai de Wendy. Os miúdos estão incríveis e estou desejoso para ver o resultado final.” Outro dos projetos é Strange World… “É um filme independente e nunca se sabe muito bem o que se irá passar. Quanto a mim terei mais dois meses envolvido na gravação da série e depois estarei livre.”, desvenda.

“Os trabalhos como ator acabam por vir ter contigo”

O que gostaria de fazer a seguir ou se já existem outros planos, é algo que o ator não sabe bem dizer, mas isso também não o preocupa muito, como garante-nos: “Os trabalhos como ator acabam por virem ter contigo. Perguntam queres fazer isto? E eu pergunto “quando partimos?” A que respondem “Na próxima semana.” e é um pouco assim a minha vida.  Agora quando escrevo é mais demorado, onde tens páginas em branco que tens de preencher. O mesmo acontece quando realizas, pois existe muita pré e pós-produção que tens de assegurar, desde fazeres o casting a colocares tudo no seu lugar para começares a gravar. O pós-produção é igual… Realizar é um processo demorado. Quando representas, gravas e depois estás livre, pois está tudo pronto para ti, gravas e já está.”

“Farei qualquer coisa com a Disney que envolve cantar”

O futuro… “Tenho algumas coisas programadas. Agora nunca podes dizer o que vais fazer. Tenho muitos trabalhos de dobragens para alguns filmes animados. O que posso mesmo adiantar é que irei cantar. (risos) Isso será interessante, não só para mim como para toda a gente. O que posso adiantar é que farei qualquer coisa com a Disney que envolve cantar. Já fazer teatro é complicado, pois quando fazemos um programa de televisão é muito complicado por uma questão de tempo. Há algumas peças que podes fazer e conciliar, desde que sejam de curta duração. Não tenho planos para fazer teatro, que adoro e foi onde comecei. Em representação, isso é o mais difícil de todas as formas, mas também a mais recompensadora. E sinto muito a falta dos palcos. Vamos para o teatro às 7 ou 8 horas. Os amigos vão ver o espetáculo, vais jantar tarde, acordas tarde e, quando vivia em Nova Iorque era algo muito bom. Apesar de não pagarem muito bem, sentes-te vivo. Não imagino como o Covid afetou os teatros, mas acredito que vão começar a recuperar.

Texto: Eduardo César Sobral

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