“Ruth” é o filme sobre a chegada de Eusébio da Silva Ferreira a Portugal vindo de Moçambique e que relata o folhetim da transferência do jogador do Sporting de Lourenço Marques para o Benfica durante o conturbado ano de 1960 em Portugal, em pleno arranque da Guerra Colonial.
O realizador António Pinhão Botelho, de 31 anos, formado na Escola de Cinema de Lisboa e na New York Film Academy e filho do também realizador João Botelho e da jornalista Leonor Pinhão, explicou na antestreia realizada no Colombo que: “Pouca gente sabe desta história. A ideia foi de Sofia Carvalho, chefe de produção da equipa de Paulo Branco, que propôs fazer deste folhetim um filme. Depois, foi contratada a minha mãe, Leonor Pinhão, como argumentista. Esta é a primeira grande polémica desportiva e as pessoas preferiam falar daquilo do que da parte cinzenta das suas vidas, da opressão que havia na rua. Portanto, o Eusébio vê-se envolvido numa série de polémicas políticas, sociais, no meio de uma guerra, da rivalidade absurda entre o Benfica e o Sporting, a mãe que realmente assinou os dois contratos, um pelo Benfica e outro pelo Sporting. Ou seja, o Eusébio é quase um passageiro neste filme e é sempre guiado pelo pai, pelos talhantes de Lourenço Marques. Este filme tem este lado muito atual das pessoas estarem muito focadas nas polémicas desportivas”.
“Ruth” é um exemplo feliz do quão bom comercial pode ser o cinema português: uma obra sem grandes preocupações artísticas que se limita a contar extraordinariamente bem uma boa e improvável história, com um ritmo que não fica nada a dever ao que é comum fazer-se por Hollywood e que tem estreia marcada para hoje, dia 3 de maio.
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