Entrevista com Kate Winslet, uma das atrizes mais respeitadas de Hollywood

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Desde que Kate Winslet se tornou um nome familiar em 1997 com o filme “Titanic “, a atriz britânica tornou-se uma das atrizes mais respeitadas de Hollywood. Depois de cinco nomeações para o Oscar, finalmente ganhou o prémios em 2008 com “The Reader”. Outros filmes populares são “Heavenly Creatures” (1994), “Sense and Sensibility” (1995), “Iris” (2001), “Eternal Sunshine of the Spotless Mind” (2004), “Finding Neverland” (2004) and “Revolutionary Road” (2008).

Na vida pessoal Kate Elizabeth Winslet teve um relacionamento de cinco anos com Stephen Tredre que terminou pela morte deste devido a um câncro e dois casamentos fracassados: com Jim Threapleton pai da sua filha Mia, e Sam Mendes, pai do seu filho, Joe. Em Dezembro de 2012, Kate casou-se com Ned Rocknroll, sobrinho do magnata da Virgin, Richard Branson, que conheceu na ilha particular de Branson nas Caraíbas.

Entrevistada no último Festival de Cinema de Londres , a actriz de 38 anos é sincera, engraçada e de rápidas palavras. Grávida do seu terceiro filho (na altura do Natal), apareceu bonita e chique de calças e com uma blusão de cabedal sobre um top preto. Brincos de ouro e saltos altos pretos finalizavam o seu visual.

Nesta entrevista ela fala dos seus novos filmes : o drama “Labour Day”, no qual ela interpreta uma mãe solteira que descobre um novo e perigoso amor, e “Divergent”, baseado no best seller de Veronica Roth.

Q: Em “Divergent”, o primeiro filme de uma nova e altamente antecipada trilogia vai interpretar uma vilã. Foi divertido?
Eu gostava de fazer papel de vilã pois isso é um género totalmente diferente de qualquer coisa que eu tenha feito antes. Este papel faz de mim também uma mãe muito cool. A minha filha Mia de 13 anos quer bilhetes para a estreia e tem parece ter adquirido um respeito recém descoberto por mim.

Q: Estava grávida de seu terceiro filho durante as filmagens.
Sim, foram muitas trocas de roupa necessários para acomodar a gravidez.

Q : No outro filme mais recente, “Labor Day” a sua personagem interpreta uma cena, em que está a dar à luz, muito angustiante.

A parte da gravidez do filme foi difícil de fazer emocionalmente. Optei por não vê-lo na antestréia, porque seria estranho fazer isso quando se está grávida na vida real.

Q : O que apelou a si para interpretar uma mãe solteira com um filho adolescente?
A sua força como mãe impressionou-me muito. Apesar das dificuldades ela criou bem o seu filho.

Q: Recusou muito trabalho por causa dos seus filhos?
Sim. Eu não quero ser uma mãe que está a trabalhar o tempo todo. Quero que os meus filhos se recordem que fui eu que estive lá com eles, e não uma babysitter ou alguém que não seja eu. Eles raramente faltaram à escola por causa do meu trabalho e não os arrasto para todo o lado comigo. Muitas vezes peço à produção para esperar até ao verão para começar a filmar, pois assim as crianças podem vir comigo.

Q : Você foi para Chicago filmar “Divergent”. Levou os seus filhos consigo?
Não. Fui apenas por três semanas e tenho a sorte de estar com alguém que partilha a parentalidade comigo. O meu filho veio ter comigo a meio das filmagens e ficou uma semana. Mas a minha filha não queria faltar à escola. Os meus filhos tiveram uma vida familiar normal. São umas crianças normais, felizes e não uma espécie de filhos do cinema.

Q : Está casada pela terceira vez. Após dois divórcios ainda acredita no amor?
Claro. O casamento é o encontro de duas mentes e duas almas que se espera funcionem para sempre. Mas às vezes isso não acontece, e isso é uma pena.

Q : Foi difícil lidar com as histórias da imprensa durante os seus divórcios?
Parecia que estava na escola a sofrer bulling e não fui capaz de ripostar. Foi doloroso.

Q : Pode a representação ser terapêutica?
Pode sim. Enquanto filmava “Mildred Pierce”, interpretei uma mulher cujo casamento estava a acabar e eu estava na primeira etapa do meu divórcio com Sam. Acabamos por revelar coisas na interpretação que não o podemos fazer fora das câmaras.

Q : A sua carreira é muito admirada e aplaudida por todos. Esta sua carreira faz parte de um plano determinado préviamente?
Não, eu nunca trabalhei segundo uma estratégia de carreira que não seja fazer um trabalho interessante. Tem que ser algo que eu realmente goste, me interesse, que seja uma aventura e um desafio.

Q : Disse um dia que se escrevesse a sua biografia iria chamá-la de P como Paixão.
Eu não faço nada pela metade. Os meus sentimentos sobre as coisas
são instantâneos. Sempre fui impulsiva. A paixão é uma coisa extremamente importante para mim. Luto para ter um papel se eu realmente acredito nele.

Q : Então você não é essa atriz séria que muitos esperam que seja?
Não, eu posso ser totalmente louco. As pessoas pensam que eu tenho uma formação clássica, mas não. Sou muito mais excêntrica.

Q : Como foi a sua infância?
Cresci numa grande família de actores amantes da diversão e que nunca tiveram muito dinheiro, mas rodeada sempre de muito amor. Eu sempre soube que queria ser actriz.

Q : Quando começou a sua formação profissional?
Entrei na escola de teatro local com 11 anos e saí aos 16. O meu primeiro salário que ganhei foi num anúncio de cereais. Fiz de punk e filha rebelde em sitcoms antes do meu primeiro filme (“Creature Heavenly” de Peter Jackson). Tinha 17 anos e nunca tinha feito antes uma audição para um filme.

Q : Após o enorme sucesso de “Titanic “, porque recusou grandes filmes como “Shakespeare in Love “, onde Gwyneth Paltrow ganhou um Oscar?
Não quero fazer filmes só por fazer e não gosto de me sentir pressionada. Faço filmes porque adoro representar e não para me tornar uma estrela de cinema.

Q : O que você acha que é mais importante para se chegar a ser actor/actriz?
Em primeiro lugar é muito importante ter confiança em si próprio. Depois sorte para arranjar trabalho. Se não tem isso, nunca vai conseguir trabalho. Quando se chega a uma audição, eles notam logo a falta de confiança no momento em que abre a porta.

Q : O que significa para si ter ganho o Oscar com “The Reader”?
Eu sonhava com um Oscar desde que era criança e praticava o meu discurso de agradecimento em frente ao espelho da casa de banho segurando um frasco de champô. Foi incrível.

Q : Ainda ama tanto representar hoje como quando começou?
Acho que o meu amor pela representação continua a aumentar todos os dias, apesar de ser um trabalho árduo, incrivelmente demorado e realmente desafiador.

Q : Como se descreveria ?
Sou uma pessoa sociável e uma verdadeira aventureira. Não vivo a minha vida arrependimento porque, francamente, isso é uma perda de tempo. Aprendemos no momento e apenas devemos seguir em frente. Sempre.

Q : Acha-se uma estrela famosa ?
Não. O problema é que muito actores jovens parece que ficam malucos sempre que se vêm nos holofotes. Representar é o meu trabalho, e quando chego a casa passo a ser mãe e dona de casa. Querer ser uma pessoa famosa? Isso não é a minha vida.

Q : Se não fosse actriz o que acha que seria?
Como sempre amei crianças, talvez algo a ver com as crianças, acho eu.
© IFA-Amsterdam 2014.

©starsonline

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