António Augustus faleceu ontem, vitima de cancro

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O estilista António Augustus (na foto com a esposa Clara Currea) faleceu ontem em Lisboa, no hospital, vítima de um cancro na vesícula, diagnosticado somente à duas semanas.

Costureiro e estilista português, Augustus nasceu na Figueira da Foz há 64 anos, tendo ido viver para Angola com a família ainda em criança.
De acordo com a biografia que aprace no site do estilista, Augustus estudou em Paris e em Londres, tendo depois regressado a Angola, onde passou a fazer vestidos para as amigas e para a sua mãe.
Em 1973 abriu a sua primeira loja em Luanda, já com a denominação Augustus, que o acompanhou durante toda a carreira.
«Os acontecimentos gerados pela Revolução do 25 de abril, em Portugal, levaram a que a sua família, como milhares de outras, tivesse de abandonar o território angolano», como se lê no site do costureiro.
Em 1975 muda-se para Portugal e logo nesse ano começa a preparar o recomeço da sua atividade na moda, abrindo depois a sua loja em Lisboa em 1976.
Em 1979, apresenta uma coleção de uma maneira muito inovadora para época, a bordo de um avião da TAP, o que o tornou conhecido a nível nacional e que repetiria dez anos mais tarde.
Vestiria mulheres como Amália Rodrigues e a pintora Maluda e trabalhou como manequins internacionais, como Claudia Schiffer. Famoso tornou-se o desfile em 2002 no Casino da Figueira da Foz, em que a primeira-dama Maria José Ritta, mulher do então Presidente da República Jorge Sampaio, desfilou com um vestido da sua autoria.

Na última entrevista à agência Lusa, publicada a 09 de abril deste ano, António Augustus falou sobre como mudou a moda em Portugal com a revolução do 25 de abril de 1974.
Segundo disse o costureiro, a moda tornou-se então «muito unissexo», com a influência da revolução a fazer os portugueses vestirem-se de jeans, botas alentejanas e camisolas de gola alta.
«Quem não se vestisse assim estava fora dos parâmetros. Foi uma altura em que Portugal regrediu em termos de moda, porque para aí durante dez anos não se acompanhou tudo aquilo que estava lá fora a acontecer», disse Augustus à Lusa.
Já quando foi introduzida a televisão a cores (as primeiras emissões datam de 1976) e com a primeira telenovela, a «Gabriela» (em 1977), «as mulheres começaram a olhar mais para a maneira de vestir e de conjugar cores», lembrou.
Também nessa altura «começaram a trabalhar cada vez mais» e «todos os dias de manhã a primeira preocupação passou a ser: ‘o que é que eu vou vestir hoje?’», disse à Lusa, defendendo que «houve uma grande mudança na cabeça das mulheres em Portugal, a partir dos anos 1970» quanto à moda.

RIP

©starsonline

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