2021 foi um ano difícil para o apresentador José Carlos Malato que, com o confinamento motivado pelo surto de Covid19, ficou muito fragilizado a necessitar de ajuda psiquiatra. Um depoimento sincero sobre uma fase muito conturbada na sua vida.
Temos visto José Carlos Malato a apresentar programas não diários, galas, especiais, etc. e, quinzenalmente, a fazer dupla com Vanessa Oliveira no Aqui Portugal. Depois de um período mais hermético devido à pandemia, a situação tem se aproximado mais perto da normalidade, apesar de terem ficado mazelas derivadas de tantas restrições. Por isso, quando perguntamos que balanço faz de 2021, o apresentador reconhece que não é completamente positivo, assumindo com sinceridade: “É um balanço positivo, mas agridoce. Quer se queira ou não, continuamos com isto e temos um registo mais cauteloso e que não é tão expansivo. Não existe tanta alegria, especialmente junto das pessoas. Gosto muito de estar junto das pessoas, de tocar e agarrar, e isso foi-nos vedado. Foi uma fase em que não tínhamos mesmo público nenhum, em que tínhamos de estar animados e animar… ninguém, a não ser as pessoas que estavam em casa. Isso foi uma coisa que tivemos de aprender à medida que íamos fazendo os programas, porque era uma novidade completa. Nós estávamos numa praça e não tínhamos ninguém a não ser a própria equipa. Fazer um programa que falávamos e mostrávamos Portugal sem ninguém era uma enorme dificuldade. Tínhamos de ter o dobro da energia para conseguir animar. A meio com o desconfinamento, foi bom voltarmos estar novamente junto das pessoas, mas era diferente. Agora tínhamos medo quando as pessoas se aproximavam mais, nós começávamos a pensar que “está aqui muita gente”. Chegámos a ter medo das pessoas. O futuro não sei como vai ser.”
“Sentia-me muito deprimido, sem vontade, desmotivado…”
No foro pessoal, todo esse afastamento imposto, o medo da doença e um isolamento obrigatório, deixou José Carlos Malato muito fragilizado, ao ponto de ter de necessitar ajuda especializada, como nos confidenciou: “Pessoalmente passei por altos e baixos. Estive ali uma fase difícil onde procurei ajuda. Sentia-me muito deprimido, sem vontade, desmotivado… Ficava muito em casa. Depois tivemos um verão cheio com “As Maravilhas” e as coisas foram andando melhor. Mas passei mal. Sentia-me mesmo muito deprimido. Estava só com a minha família mais próxima e decidi procurar ajuda junto de um psiquiatra e terapeuta. Eu gosto muito de terapias alternativas. Fui seguido em psiquiatria porque haviam coisas que eram necessárias falar porque não conseguia lidar. Sabia que não estava bem e que necessitava de ajuda. Passei a fazer desde aí terapias alternativas; medicina quântica. Melhorei desde aí, pois não estava a conseguir dormir. Reaprendi tudo. Na alimentação passei a fazer jejum e emagreci nove quilos. Estava a comer e estava já a ser um poço da morte. Tenho agora uma vida mais regrada. Tinha uns valores na cardiologia que apitavam por todo o lado… Foi difícil. A pandemia fez muito mal às pessoas. Imaginem alguém ter uma vida muito agitada, com muito glamour e ter muita coisa, de repente estar em casa só com os cães…”
“Gostaria de fazer um concurso”
Quanto aos próximos tempos, o apresentador olha para o futuro com entusiasmo e até lança um repto: “Na RTP estou a fazer todos os programas não diários, as galas, especiais, etc. O Portugal no Mundo está impedido devido à pandemia e faço parte do elenco fixo dos apresentadores do Aqui Portugal, onde quinzenalmente faço dupla com a Vanessa. Como ativo da RTP estou disponível para fazer tudo e as pessoas sabem que podem contar comigo. Sempre foi esse o meu registo e maneira de estar. Agora sinto-me ótimo e estou entusiasmado com o futuro. Gostaria muito de voltar a fazer um concurso. Não sei se será possível, mas fica a dica.”
©starsonline®texto: Eduardo César Sobral