“À Espera de Godot“, de Samuel Beckett, estreou na passada 6ª feira dia 17, no Teatro da Trindade em Lisboa, com encenação de Luís Vicente, numa produção da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, com interpretações de Pedro Lima (na foto com a esposa Anna Westerlund), Pedro Laginha, Luís Vicente e René Barbosa.
Presentes na estreia estiveram várias caras canhecidas como Vera Kolodzig e Diogo Amaral, Paula Lobo Antunes e Jorge Corrula, Leonor Seixas, Sandra Celas, Joana Cruz, João Ricardo, Luis Borges e Eduardo Beauté, Rui Neto, Isabel Medina, Suzana Borges entre outras.
“À Espera de Godot” é um dos mais significativos textos da literatura dramática ocidental. O seu autor, Samuel Beckett, foi laureado com o Nobel da Literatura em 1969. A peça coloca-nos perante uma feição tragicómica da realidade humana. A encenação de Luís Vicente enfatiza a problemática no plano social (com transversalidades múltiplas), numa abordagem pouco comum ao texto de Beckett.
“Fazemos este texto para falarmos das nefastas consequências que tiveram, e continuam a ter, nas nossas vidas, as práticas violentas, imorais, terroristas e oportunistas de certas instituições financeiras” (Luís Vicente, Encenador)
Em cena, dois anti-heróis tragicómicos: Vladimir e Estragon. “Nada a fazer” é a primeira fala da peça, dita por Estragon. Vladimir responde: “Começo a ter a mesma opinião”. E passa o tempo, enquanto esperam por Godot. Entram Pozzo e Lucky; o último é escravo do primeiro. A Lucky, quando lhe é dada a oportunidade de falar, tem um discurso ininteligível. O oprimido não verbaliza a sua opressão. Um Rapaz anuncia que Godot não vem. O tempo passa, e tudo se mantém inalterado. Parece que os humanos até hoje nada mais têm feito que esperar por Godot.
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