Francisco Pinto Balsemão: o adeus a um dos grandes construtores da democracia portuguesa

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Nesta terça-feira, 21 de outubro, faleceu aos 88 anos uma das personalidades mais marcantes da história contemporânea de Portugal: Francisco Pinto Balsemão.

A sua vida foi um exemplo de dedicação ao país, à liberdade e à comunicação social.

Um percurso notável

Advogado, jornalista, empresário e político, Francisco Pinto Balsemão destacou-se em múltiplas frentes ao longo de décadas de serviço público e intervenção cívica.

Foi um dos fundadores do Partido Popular Democrático (PPD) — hoje Partido Social Democrata (PSD) —, assumindo o estatuto de militante número um. No plano político, liderou o país entre janeiro de 1981 e junho de 1983, à frente dos VII e VIII Governos Constitucionais, num período crucial de consolidação democrática após o 25 de Abril.

No universo da comunicação, deixou um legado ímpar ao fundar dois dos mais importantes meios de informação nacionais: o semanário Expresso, em 1973, e a televisão privada SIC – Sociedade Independente de Comunicação, em 1992. Estes projetos transformaram profundamente o panorama mediático português e afirmaram-se como referências de independência editorial e liberdade de expressão.

Reconhecido como defensor intransigente das liberdades, Balsemão foi sempre uma voz firme na promoção da imprensa livre e do pensamento plural.

Legado e reconhecimento

A notícia da sua morte provocou profunda comoção no meio político, social e mediático português.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, descreveu-o como um “visionário” e “pioneiro”, sublinhando que Portugal perdeu “uma das personalidades mais marcantes dos últimos sessenta anos”.

O Governo propôs um dia de luto nacional em sua memória, reconhecendo o peso institucional e simbólico da sua figura.

Também o Partido Socialista destacou o seu papel como “personalidade incontornável da democracia portuguesa”, elogiando o seu compromisso com a liberdade, o pluralismo e o Estado de Direito.

Por que foi tão importante?

  • Na política: conduziu o país num momento decisivo da sua jovem democracia, promovendo estabilidade e diálogo.

  • Na comunicação social: abriu caminho à modernização dos media e à independência jornalística, deixando marcas profundas no Expresso e na SIC.

  • Na sociedade: representou uma geração que acreditou num Portugal livre, europeu e moderno, ligando política, comunicação e cidadania.

Um adeus, muitas memórias

Com a sua partida, Portugal despede-se de um homem de convicções firmes, que marcou a história do país com inteligência, sobriedade e visão.

Francisco Pinto Balsemão deixa um legado que perdura: o de um Portugal livre, plural e mediático, que continua a inspirar as gerações que o sucedem.

©Paulo Fernandes/starsonline®

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