Renée Zellweger quebra anos de ostracismo em Hollywood com a vitória nos Golden Globe Awards, ao receber o prémio para Melhor Atriz Dramática em “Judy”, na noite de ontem (5). Mas nestes 16 anos entre um prémio e outro, quando ganhou a estatueta para Melhor Actriz Secundária em “Cold Mountain”, nada permaneceu igual na carreira da artista.
Passou longos períodos afastada dos estúdios e longe das red carpets. Chegou a ficar cinco anos consecutivos sem filmar. Renée era vista como temperamental por várias produtoras poderosas. A atriz aproveitou a ausência de trabalho para tratar uma depressão não revelada em público, com muita medicação e sessões de terapia.
Em 2014, regressa na festa de lançamento de um filme. Chocou tudo e todos com a sua aparência pouco natural. Era notório que se havia submetido a uma ou mais intervenções estéticas no rosto. A enxurrada de críticas na altura fê-la desaparecer novamente.
No ano passado, a atriz inicia a volta por cima. A divulgação do trailer sobre a biografia “Judy”, da lendária Judy Garland, a Dorothy do clássico “O Feiticeiro de Oz”, surpreendeu a crítica com uma atuação espetacular.
A texana loira, filha de um suíço e de uma norueguesa, conseguiu ficar parecida com a morena Judy graças a uma inspirada caracterização e à reprodução perfeita dos trejeitos da homenageada. Renée demonstrou sentir na pele a intensa dor emocional que consumiu uma das maiores estrelas da história do cinema.
As duas atrizes sempre foram alvo de duras críticas. Judy, por não ser suficientemente bonita e sexy; Renée, por não ter o carisma e o glamour que se espera de uma diva moderna do cinema. Ambas sofreram por conta da sua baixa auto-estima, solidão e desprezo. Garland sucumbiu aos 47 anos, em consequência de overdose acidental de remédios. Renée Zellweger ganha agora, nas vésperas de completar 51 anos, a rara segunda chance em Hollywood.