A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente. – Machado de Assis
Muitos autores tendem a descrever a loucura como contraditória no seu diagnóstico. Machado de Assis coloca-nos essa dúvida, se seremos todos loucos ou se será apenas louco aquele que diz que somosloucos… estaideia abstrata que define o indefinível, que tenta perceber o nosso estado mental… Como traçar as fronteiras do que é ou não loucura? Mesmo nos dias de hoje o funcionamento da nossa mente encerra muitos mistérios e o estigma das doenças mentais continua presente na nossa sociedade.
“Locura” em espanhol quer dizer loucura e “lo cura” quer dizer algo que cura e restaura. Deste modo, nasce o nome desta coleção a que Katty Xiomara chamou de “LoKura”.
Uma coleção pintada de incoerência, descrevendo todos os universos que a mente enclausura. A sua base é a tonalidade do que é cru, ainda sem cor, sublinhada pelo branco, como um giz que transcreve os pensamentos. O lilás do imaginário, do mágico e do impensável, amparado na realidade do castanho da terra, do palpável, do solo. São estas as cores que pintam a nossa Lokura, desenhada entre formas mais ou menos lúcidas, mais ou menos largas, mais ou menos esburacadas ou almofadadas, construída com atilhos, apanhados e franzidos e exprimindo padrões confusos e rabiscados.
“Os homens chamaram-me louco; mas a questão ainda não está resolvida, se a loucura é ou não a inteligência mais sublime – se muito do que é glorioso – se tudo o que é profundo – não nasce de doenças de pensamento – de humores do espírito exaltados à custa do intelecto geral.” – Edgar Allan Poe
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