Os 5 casamentos reais que abalaram o Reino Unido

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O casamento do príncipe William com Kate Middleton foi uma história digna de contos de fadas: um príncipe se apaixona por uma plebeia que conheceu na faculdade, pede-a em casamento e recebe a bênção da família, da Igreja e do resto do mundo.
No próximo dia 19 de maio na capela São Jorge, no castelo de Windsor, outra cerimónia semelhante irá acontecer, com o enlace entre o príncipe Harry e a actriz norte-americana Meghan Markle.

Mas nem todos os casamentos na corte britânica foram tão românticos e rodeados de arco-íris como o de William e Kate. Na longa história da corte, houve um príncipe que precisou de apanhar uma monumental bebedeira para conseguir subir ao altar e encarar a noiva, ou um rei que chegou ao extremo de fundar uma nova igreja para se casar com a noiva escolhida.

Veja os 5 casamentos reais que chegaram a abalar o Reino Unido:

Ano de 1365 – A noiva que desistiu do casamento

Imagine se, depois de todos os preparativos, um dos noivos reais decidisse que não queria mais casar. Pois foi o que fez Isabella de Coucy, filha do rei Eduardo III de Inglaterra. Ela desistiu do casamento pouco antes de os navios zarparem e que a levariam para a cerimónia em França. Todo a gente achou que a menina ficaria para tia, já que a maioria das jovens se casava entre os 12 e os 16 anos, e ela já estava com 19. Mas Isabella queria algo mais romântico e surpreendeu tudo e todos quando, aos 33 anos, resolveu se casar por amor (isso não era comum na época!) com Enguerrand VII, Conde de Coucy, numa festa caríssima.

Ano de 1533 – O noivo que precisou fundar a sua própria igreja

Esta história provavelmente já é sua conhecida. Para se casar com Ana Bolena, o rei Henrique VIII decidiu anular o seu casamento com Catarina de Aragão alegando que ela não havia lhe dado um herdeiro homem. Conseguiu a aprovação do clero local em 1533 e casou-se com a amada – que era dama de companhia da sua primeira mulher. Mas, pouco tempo depois, o papa Clemente VII anulou o novo matrimónio e excomungou o rei. Em resposta, Henrique VIII rompeu com o Vaticano e fundou uma nova religião, a Igreja Anglicana, primeira instituição cristã a aceitar o divórcio.
Ana Bolena, porém, não deu a Henrique o tão aguardado herdeiro homem e, acusada de adultério, incesto e magia negra, foi decapitada em 1536. Insatisfeito, o rei ainda teve outras quatro esposas. O único herdeiro que sobreviveu à infância foi Eduardo VI, que nasceu do seu terceiro casamento e foi coroado aos nove anos de idade. Mas o seu reinado durou pouco pois morreu com 15 anos. O filme “The Other Boleyn Girl” conta uma parte dessa história bizarra.

Ano de 1795 – O príncipe que se casou bêbado

Jorge IV, então príncipe regente do Reino Unido, não estava satisfeito com o casamento arranjado pelo seu pai com a princesa Carolina de Brunswick de Gales. É que ele já tinha se casado em segredo com a sua amada, uma plebeia. Para piorar, o primeiro encontro com a noiva – três dias antes da cerimónia – não foi nada agradável: ele ficou tão horrorizado com a aparência, e suposta falta de higiene da moçoila, que se refugiou na bebida. No grande dia, estava tão bêbado que mal podia se aguentar de pé e teve de ser sustentado pelos padrinhos. Jorge continuou bebendo após a troca de votos e passou a noite de núpcias desmaiado dentro da lareira (!) do quarto da sua nova esposa. A relação dos dois péssima: a pobrezinha nem foi convidada para a cerimónia de coroação de Jorge IV. Dizem que o casal teve apenas três relações sexuais, tendo-se separado apenas um ano depois do casamento.

Ano de 1840 – A rainha que se casou por amor com um aristocrata

Casar por amor era para poucos. Alberto de Saxe-Coburgo-Gota teve a sorte grande e tornou-se o único marido de uma rainha britânica que oficialmente ganhou o título de príncipe consorte. A Rainha Vitória, que governou a Inglaterra de 1818 a 1901, foi pioneira e casou-se por amor com esse mero aristocrata, apesar dos esforços do seu tio para que ela se unisse ao príncipe Alexandre dos Países Baixos.
No seu diário, a jovem Vitória avaliou os dois candidatos. Sobre Alberto, escreveu: “Ele é extremamente bonito; o seu cabelo tem a mesma cor que o meu; os seus olhos são grandes e azuis, e tem um lindo nariz e uma boca muito doce com belos dentes; mas o charme de seu semblante é a sua expressão, a mais deleitável”. Por sua vez, Alexandre ganhou um singelo “muito comum” nas páginas do diário.
A atitude da rainha influenciou fortemente as mulheres da época e, depois dela, a moda passou a ser apaixonar-se, casar por amor e levar a sério coisas como virgindade, fidelidade e dedicação aos filhos.

Ano de 1937 – O rei que abdicou do trono

Quem diria que a Igreja Anglicana, que foi criada por causa de um divórcio, 400 anos mais tarde impediria um rei de se casar porque a noiva em questão era divorciada.

Em 1937, Eduardo VIII teve que abdicar do trono para se casar com Wallis Simpson, que já havia sido esposa de um americano. O jovem rei apaixonado não pensou duas vezes: foi o único soberano britânico a renunciar voluntariamente à coroa. Em junho do mesmo ano, os dois casaram em França sem a presença da família real. Parte da história pode ser vista no filme “O Discurso do Rei”.

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