Iva Domingues muito feliz com Ângelo Rodrigues

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Iva Domingues, de 38 anos, expressou, numa crónica que escreveu para o seu mais recente projecto, o site Maria Capaz, as críticas e comentários desagradáveis – e até ofensivos – que enfrentou quando iniciou a relação e o que sentiu face ao preconceito das pessoas, tudo e apenas por namorar com alguém mais novo.

“- Não tens vergonha?

– És velha e feia.

– Olha a mãezinha dele!

– Coitada, vais levar com um grande par de cornos.

– Andas a desmamar meninos.

Dias, semanas, meses. Li, engoli, digeri pérolas como estas, em comentários e mensagens no meu Facebook, quando comecei a namorar com o Ângelo, 11 anos mais novo que eu. Muitos dos que, levianamente, dizem “ Je suis Charlie”, são os mesmos que se refugiam atrás de um computador, e se transformam em gangsters das teclas. A partir daí é a lixeira humana, a céu aberto, no seu esplendor. Não vamos ser hipócritas, se fôssemos um casal em que era ele a ter mais 11 anos do que eu, estava tudo certo.

Mulher está sempre entalada. Se é mais velha, já perceberam. Se é muito mais nova, então está por interesse, é uma oportunista e quer ou o dinheiro ou a influência que ele possa ter.

Não há pachorra.

Quando a mulher dependia do marido, financeiramente falando, não faltavam argumentos para a manter quieta, calada, sem vontade nem coragem de ir à procura da felicidade. Se ela fosse mais velha, dizia-se que o marido rapidamente perderia o interesse, ela seria abandonada e trocada por outra mais nova. Muitas, assustadas, nem ousavam arriscar e fugir ao padrão imposto. Aguentavam, passivamente e esperavam a velhice, derrotadas.

Recuso ser uma dessas mulheres.

Sei que pensar e viver de forma diferente do que está instituído causa nos outros confusão, alguma ansiedade e até medo. O novo assusta.

Tenho feito o meu caminho. Sou bem resolvida em relação à minha idade, ao meu valor como mulher e, sobretudo, ao meu amor. As bocas que ouvi na rua ou li na internet não beliscaram, nem um pouco, a minha relação. Fortaleceram-na. Acho que os venci pelo cansaço. Há algum tempo que já não recebo mensagens a destilar maldade. Agora, quando faço uma declaração pública da minha paixão, sou acarinhada e até invejada, no bom sentido.

Sei que as grandes histórias de amor não estão no cinema. Andam soltas por aí. Acontecem-nos todos os dias. Derrubam barreiras, calam preconceitos e são protagonistas de grandes mudanças na vida de mulheres e homens.

Sou pelo Amor. Acredito que é ele que nos salva.

Sempre.

Iva Domingues”

©Starsonline®

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