“Queríamos uma história extremamente emotiva e emocionante”
Mais de dois anos após o fim das gravações e constantemente adiado devida à situação pandémica, chega finalmente hoje, dia 18, às salas de cinema o filme “Irregular”, a terceira obra realizada por Diogo Morgado.
A antestreia aconteceu mais uma vez no S. Jorge, em Lisboa, e reuniu além do elenco, um vasto rol de figuras conhecidas (ver galeria).
“Poderíamos ter saltado essa fase e estreá-lo em televisão”
O homem da noite foi, como não podia deixar de ser, Diogo Morgado, o realizador e responsável pelo argumento, que não escondia o contentamento de ver finalmente estreado um thriller intrincado que este prevê empolgar os espetadores, como nos contou: “Esta história vem da minha cabeça e do meu irmão (Pedro). Na sequência do que temos vindo a fazer, após uma comédia, que se seguiu um filme de ficção científica, queríamos agora uma história extremamente emotiva e emocionante. Começámos a pensar o que de pior que já nos aconteceu e chegámos à conclusão que foram aqueles três segundos que perdemos o nosso filho no supermercado. E não é nada, pois ele estava só ali escondido. Queríamos também que a situação em si pusesse logo o espetador imediatamente a seguir o protagonista. E depois é uma viagem da história de alguém que lhe foi retirado uma coisa que dava como garantida. É uma história muito emocional, principalmente para nós que passámos por uma pandemia.”
Por falar em pandemia, esta situação anómala acabou por ir adiando a chegada da obra aos cinemas, reconhece: “A história foi concebida para cinema. Poderíamos ter saltado essa fase e estreá-lo em televisão. Aguentámos. Isso para o cinema independente é um risco e um custo complicado. Nessa medida foi audaz aguentar sem saber até quando.”
“Fazermos a próxima obra vai depender deste”
Quanto à próxima obra, o ator/realizador explica que o futuro está condicionado. “Fazermos a próxima obra vai, muito honestamente, depender deste. No cinema independente não sabemos o futuro. Gostaríamos muito fazer um filme de época, mas só o vamos fazer se as pessoas virem este, pois é um custo absurdo, comparativamente a um filme atual urbano.”
“Partimos muita pedra nos ensaios”
Como protagonista está Pedro Teixeira que, na pele de Gabriel, vive um turbilhão emocional, numa trama densa e muito intensa. “O filme vive muito da nossa entrega e da sensibilidade do Diogo que, não sendo uma surpresa, pois já o conhecia enquanto ator, é um realizador que se preocupa muito com os atores. Ele preparou tudo, sabia muito bem o que é que queria, e é, de facto, uma grande história. Acima de tudo, o que senti foi uma enorme ansiedade do primeiro ao último minuto. São essas as emoções e sensações que gosto de ter quando vou ao cinema e este filme tem tudo isso. Tenho a certeza que este filme vai mexer com quem o for ver.”, augura.
Quanto ao como foi trabalhar com Diogo Morgado como realizador, o ator garante ser uma surpresa, explica. “É diferente trabalhar com ele enquanto ator e realizador. É um realizador exigente e ainda bem. Partimos muita pedra nos ensaios. Se o meu trabalho está bom, devo-o muito ao Diogo, pois fui muito bem dirigido, já que ele sabia exatamente o que queria.”
“Graças ao Diogo tenho a oportunidade de poder “brincar” um bocadinho”
Uma repetente nos filmes de Diogo Morgado é Maria Botelho Moniz. Depois de ter integrado Solum volta como Carla, e conta-nos como foi voltar a gravar com Diogo Morgado: “Ainda não tinha visto o resultado final e estou muito ansiosa. Há sempre um nervosismo quando gravamos, mas graças a pessoas como o Diogo, tenho a oportunidade, pelo menos uma vez por ano, de poder “brincar” um bocadinho.”
O StarsOnline deixa aqui um desafio aos nossos leitores para ir ao cinema e ver esta história que certamente irá mexer com o espetador e, desta forma, contribuir para que o cinema nacional continue vivo.
©starsonline®texto: Eduardo César Sobral