Desfiles do último dia da Moda Lisboa

0

EM CONVERSA COM DINO ALVES

ModaLisboa – O mundo mudou e todos fazemos parte deste movimento de mudança. Como se adapta a Moda a esta transformação?
Dino Alves – No conceito de Moda já está inerente o de mudança e como tal, ela própria contribui para a transformação que assistimos no mundo de hoje. Dos criadores e outros fazedores de moda esperam-se constantemente ideias novas e mudança a cada estação. A parte visual da moda é o reflexo de comportamento que muda conforme os hábitos e a evolução dos tempos. Assim, a moda adapta-se a essa transformação naturalmente da mesma forma que o homem porque a moda deve vir de dentro para fora e não de fora para dentro.

– Qual é para si a definição contemporânea de luxo?
Elegância, diferenciação, estilo e conforto.

– No atual conceito de moda o que valoriza mais: o design ou o corte?
Eu sempre valorizei muito as ideias, os conceitos e a originalidade, nesse sentido poderei dizer que talvez valorize mais o design, embora reconheça que o corte é muito importante e que ambas as partes não se dissociem.
Não adianta criarmos o que já foi criado e como artistas, criadores ou designers a nossa obrigação é apresentar sempre novas propostas e pensamentos.

– De todas as coleções que já desenhou, qual foi para si a mais memorável?
É difícil eleger uma, porque todas são uma espécie de “meus filhos”, nasceram de mim, literalmente de dentro de mim, e só assim passarão a honestidade precisa e que o público reconhece e valoriza. Mas a ter que o fazer escolho a coleção “He, She and Me” por todos os motivos e sobretudo pela diferença na apresentação, pela reação que causou e sobretudo pelo voto de confiança que todos os modelos intervenientes depositaram em mim, sem reservas e preconceitos. Foi realmente um grande gesto de amizade.

– Gosta de voltar a coleções antigas e dar-lhes uma nova vida?
Sim, a linguagem de cada um é um caminho e as ideias surgem umas das outras, num seguimento de raciocínio umas vezes lógico, outras não. Por isso, podemos sempre recuar para “apanhar o fio à meada”.

– O que o inspirou e quais as suas propostas para o outono / inverno 13/14?
Inspirou-me a vontade de olhar para as pessoas, com o seu estilo e os seus looks e ler um texto, uma história diferente em cada uma delas. Com os seus comportamentos, opiniões, objetos que possuem, roupa que vestem, elas podem contar-nos essa história, diferente de todas as outras, quando vividas com honestidade e singularidade. Muitos vestidos, alguns casacos, e outro tipo de abrigos, em cores neutras misturadas com outras fortes, como o beringela vivo. Silhueta justa, pregas e machos e detalhes que remetem para páginas e livros, escritas ou em branco para podermos contar as nossas histórias.

©texto:modalisboa fotos:starsonline

{igallery id=8703|cid=851|pid=32|type=category|children=0|showmenu=0|tags=|limit=0}

 

EM CONVERSA COM PEDRO NORONHA FEIO

ModaLisboa – O mundo mudou e todos fazemos parte deste movimento de mudança. Como se adapta a Moda a esta transformação?
Pedro Noronha Feio – A moda tem duas vertentes. Tem a vertente do sonho que vemos em desfiles de Alta Costura, e tem a vertente pragmática que é comercial. Neste tempo de mudança, em que surgem novos hábitos de consumo e novos modos de vida, a moda tem que se adaptar, tanto a nível económico como ao nível da comunicação e da ética, para conseguir manter-se a par com estes os novos padrões e continuar acessível às pessoas.

– Qual é para si a definição contemporânea de luxo?
O luxo para mim é poder ter algo exclusivo ou algo muitíssimo bem feito, com materiais nobres ou peças inovadores. As peças não têm que ser necessariamente de Alta Costura ou peças exclusivas de design, mas há pequenos nichos, pequenos projetos, pequenas iniciativas locais, pequenos criadores que têm um trabalho extraordinário e poder aceder a este género de trabalho, com peças muito bem construídas, feitas com padrões éticos, sociais e ambientais contemporâneos, que são também os nossos da White Tent, para mim isso é o verdadeiro luxo, é poder usufruir dessa nova tipologia de produtos e que no fundo são o futuro da moda.

– No atual conceito de moda o que valoriza mais: o design ou o corte?
Na White Tent valorizamos muito tanto o design, como o conceito e o corte. Um não pode passar sem o outro, o design sem um bom corte não funciona e o corte sem um bom design também não.

– De todas as coleções que a White Tent já desenhou, qual foi para si a mais memorável?
São várias coleções memoráveis, porque marcaram etapas diferentes de execução da White Tent. A primeira foi importante porque lançou a White Tent e esta última é igualmente importante porque marca o ponto de viragem na linguagem da marca e na relação com os clientes e com os seus mercados.

– Gosta de voltar a coleções antigas e dar-lhes uma nova vida?
Sim gosto, aliás nesta coleção fizemos um pouco isso. Fomos buscar elementos que resultaram em coleções anteriores e que nos caracterizam, mas que não tinham sido devidamente explorados e dos quais tínhamos indicadores de mercado de que seriam um bom caminho e desenvolvemo-los para criar um novo equilíbrio da marca.

– O que vos inspirou e quais as vossas propostas para o outono / inverno 13/14?
Esta coleção foi precisamente uma continuação de elementos de várias coleções anteriores que considerámos fortes, testámos no mercado e dos quais tivemos uma resposta positiva e achámos que era o caminho devido para o sucesso ou para o equilíbrio da marca. Temos uma grande seleção de malhas, afastámo-nos da silhueta oversized e começámos a trabalhar uma silhueta mais justa, mais delgada, mais sexy e feminina. Mesmo nos materiais, aliados a esta silhueta, usámos estampados de foil, dourados, lurex, para tornar a coleção mais feminina, menos andrógina, mais apelativa.

©texto:modalisboa fotos:starsonline

{igallery id=7244|cid=852|pid=32|type=category|children=0|showmenu=0|tags=|limit=0}

 

EM CONVERSA COM FILIPE FAÍSCA

ModaLisboa – O mundo mudou e todos fazemos parte deste movimento de mudança. Como se adapta a Moda a esta transformação?
Filipe Faísca – O Mundo não mudou, o que está a mudar é a motivação com que agora mudamos para o desconhecido. É uma mudança difícil e que a moda ainda não acompanhou. Por enquanto a mudança é na estrutura: como se faz e como se usa.

– Qual é para si a definição contemporânea de luxo?
Luxo é o tempo e a qualidade das relações humanas que nos rodeiam.

– No atual conceito de moda o que valoriza mais: o design ou o corte?
Não consigo separar o design do corte, mas o importante é o que se sente quando se veste. Eu procuro conforto e simplicidade.

– De todas as coleções que já desenhou, qual foi para si a mais memorável?
Para mim, a “LUTO” (inverno 2012/13), e para o público de certeza a “PORTUGAL-PORTUGAL” (inverno 2007/08).

– Gosta de voltar a coleções antigas e dar-lhes uma nova vida?
Claro que sim, nunca consigo desenvolver o tema de uma coleção até ao fim por isso sinto a necessidade de voltar.

– O que o inspirou e quais as suas propostas para o outono / inverno 13/14?
Volto a Portugal com mais humor, cor e burel. Acrescentando o XL versus o liquido e o slim.

©texto:modalisboa fotos:starsonline

{igallery id=1746|cid=854|pid=32|type=category|children=0|showmenu=0|tags=|limit=0}

 

EM CONVERSA COM MIGUEL VIEIRA
ModaLisboa – O mundo mudou e todos fazemos parte deste movimento de mudança. Como se adapta a Moda a esta transformação?
Miguel Vieira – O Mundo muda a todos os segundos… A Moda acompanha todos esses segundos e transfigura-se, reinventa-se, atualiza-se, redescobre-se, adapta-se.

– Qual é para si a definição contemporânea de luxo?
A definição de Luxo não se alterou, o que mudou foi a exigência dos consumidores… O que define “o luxo” contemporâneo é a qualidade dos materiais, bem como o ADN das criações.

– No atual conceito de moda o que valoriza mais: o design ou o corte?
Ambos são fundamentais para o sucesso da “obra” final.

– De todas as coleções que já desenhou, qual foi para si a mais memorável?
Todas. Cada uma das coleções começa por uma folha branca lisa onde vou desenhando o pensamento mais “feliz” que me ocorre no momento, ou seja, todas as coleções passam por um momento de felicidade. Desta forma é impossível mencionar uma única coleção, pois todas elas são memoráveis e únicas.

– Gosta de voltar a coleções antigas e dar-lhes uma nova vida?
Muitas das vezes é impossível esquecer por completo as peças de coleções passadas e em alguns dos casos, partindo dessa imagem e com matérias primas distintas, consegue obter-se um resultado mais experimentalista e por sua vez mais contemporâneo.

– Que balanço faz dos seus 25 anos de carreira?
É difícil quantificar todas as emoções vividas ao longo destes anos. Muitos foram os quilómetros de passerelles percorridos; inúmeros croquis desenhados; milhares de metros de tecidos cortados; muitas milhas viajadas; centenas de profissionais e amigos a pensar em uníssono; sobretudo bastantes memórias e alegrias. Tudo culminou num resultado que nos faz querer continuar. Parece que tudo começou ontem … e já passaram 25 anos.

– O que o inspirou e quais as suas propostas para o outono / inverno 13/14?
A minha grande inspiração para a esta estação foi a MULHER. A intenção foi homenageá-la, enaltecendo as suas maiores qualidades.
Forte. Bela. Sedutora. Delicada. Confiante. Objetiva. Valiosa. Elegante. Compassiva. Racional. Charmosa. Carismática. Poderosa. Terna. Sofisticada. Glamourosa. Determinada. Harmoniosa. Feminina. Verdadeira. Única.

©texto:modalisboa fotos:starsonline

{igallery id=6702|cid=853|pid=32|type=category|children=0|showmenu=0|tags=|limit=0}

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here