“A Rainha e a Bastarda”, crime e mistério na nova série de época da RTP

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Com um elenco recheado de estrelas, a produção da Fado Filmes recria, em série, “A Rainha e a Bastarda”, uma história repleta de mistério protagonizada pelo Rei D. Dinis e a Rainha Santa Isabel, com estreia marcada para dia 23 de fevereiro às 21.00 horas, na RTP1.

O StarsOnline falou com alguns dos protagonistas que levantaram o véu sobre a história, as suas personagens e os bastidores deste produção.

O Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, em Odivelas, local onde repousam aos restos mortais do monarca D. Dinis e da Rainha Santa Isabel, foi o palco escolhido para a apresentação à imprensa da mais recente produção de ficção nacional, A Rainha e a Bastarda. Com produção da Fado Filmes e realização de Sérgio Graciano, esta série de época de oito episódios tem um argumento assinado por Patrícia Muller, que é repleto de relações ardentes, intrigas palacianas, crime e mistério. A dar corpo às personagens está ainda um elenco recheado de nomes sonantes, como são os casos de  Paulo Rocha, Anabela Moreira, Maria João Bastos, Rúben Gomes, Diogo Martins, Sérgio Praia, Diogo Mesquita, Miguel Raposo, Carolina Carvalho, Pedro Giestas, André Gago, Lourenço Ortigão, Bárbara Branco, Ana Padrão, Madalena Almeida, João Nunes Monteiro, entre outros. A estreia está marcada para o dia 23 de fevereiro, às 21 horas, na RTP1. O StarsOnline esteve na apresentação e falou com o elenco, que nos  contaram acerca das personagens, bastidores, bem como outras curiosidades.

Fomos muito felizes neste trabalho

Paulo Rocha (Fina Estampa) interpreta um dos personagens centrais, um guerreiro valoroso e um amigo íntimo do monarca D. Dinis, como desvenda:  “O Lopo é um cavaleiro de maior confiança do Rei D. Dinis e que são como que irmãos. Ele perdeu o filho e é traído. Tem uma dicotomia muito grande entre todos os valores em que acredita, a vida na luta e nas guerras, que se reflete na sua relação com D. Dinis, e depois tem um outro lado de homem, pai de família com preocupações com os filhos e com a mulher. É um personagem muito humano com várias facetas e valores muito vincados, mas também muitas falhas… foi um prazer enorme fazê-lo.  Fomos muito felizes neste trabalho.”  Mais do que a interpretação, a preparação para a personagem acabou por se revelar um desafio, garante:  “Foi uma aventura, não só do ponto de vista de pesquisa e de trabalho, mas principalmente do trabalho físico. Gravámos num ritmo muito rápido e trabalhámos muito. Fizemos aulas de equitação, coreografias com espada lusitana e usámos as cotas de malhas que tinham um peso inacreditável de quase 30 quilos. Mas não foi só andar de cavalo com capa e espada, mas perceber quais os códigos sociais da época e premiar com as relações sociais entre os personagens. Isso foi fantástico.

Foi uma fase muito complicada da minha vida

Outro dos atores que integra este elenco é Miguel Raposo (Linhas de Sangue), que encarna um personagem com uma grande complexidade humana, como analisa: “Na eras medievais não existia espaço para o mais fraco e foi ótimo interpretar uma pessoa que tem essa ambiguidade, que possivelmente lidava com a depressão e era mais sensível. Tem aquele lado da poesia de D. Dinis, e por ele a vida seria só nisso. Era uma pessoa educada no que respeita à literatura e à musica, pensava sobre as coisas. É muito interessante perceber uma pessoa que nos dia de hoje teria algo a dizer e que naqueles tempos a sua voz era nula e era simplesmente a pessoa mais fraca. A sensibilidade seria dificilmente uma mais valia naquela altura.” Como foi preparar-se psicologicamente para a personagem, principalmente porque Miguel Raposo, ele próprio atravessava uma fase muito delicada devido à morte inesperada da sua mãe, a atriz Maria João Abreu, não propriamente fácil, confessa-nos: “Foi uma fase muito complicada da minha vida. Uma semana antes a minha mãe tinha morrido e eu fiquei com Covid no mesmo dia. Tive de faltar à primeira batalha, em que era suposto a minha personagem participar. Solucionámos em avançar, pois este personagem é tão sensível e deprimido que teria sentido ele não estar presente nesta batalha. Isso acabou por definir a trajetória do meu personagem, que é melancólica e depressiva, que perde a irmã, pessoa que mais amava e com quem tinha um caso.

 Todas as mulheres desta série têm um lugar de destaque e fazem a diferença na história”

Carolina Carvalho é outra das atrizes que interpreta uma das personagens centrais, que teve de lidar com uma caraterização muito realista, onde parece como que não existir maquilhagem, mas que acabou +po alavancar a interpretação, assegura: “Para mim foi uma mais valia. No meu caso pessoal, quando fizemos o teste de imagem, ajudou-me muito perceber que existe este cuidado e foi muito importante para encontrar a personagem. Eu sou Beatriz de Castela, mulher de Afonso IV, filho de D. Dinis, que tem o objetivo de chegar a rei de Portugal. Beatriz é uma mulher que tem boas relações com a rainha, mas que nutre um secreto desejo de também ela ser rainha. Pela história de Portugal consegue-se adivinhar o que vai acontecer e é uma mulher que vai dar muito que falar. Ela ama incondicionalmente Afonso, mas tem uma sede pelo poder e aqui vamos assistir às suas opções para chegar ao lugar que pretende. Esta série retrata a história e como as mulheres tiveram um papel fundamental. Essa era uma caraterística que estava escrita no papel e a Patrícia Muller tem muito essa caraterística de dar um papel de destaque à mulher. E todas as mulheres desta série têm um lugar de destaque e fazem a diferença na história e está muito bem escrita. Acabamos de ler um episódio e apetece-nos ler logo os seguintes.

“Neste projeto acabei por ficar muito amiga da Maria João”

Anabela Moreira veste a pele de amiga e confidente aia da Rainha Isabel, papel interpretado por Maria João Bastos, com quem teve de contracenar constantemente e por quem desenvolveu uma grande admiração profissional, reconhece: “Eu e a Maria João Bastos tivemos aulas de equitação juntas e separado e foram complicadas. Eu considero-me muito valente e houve momentos muito complicados que só pedi para que me tirassem dali e já não conseguir fazer a cena. E isso marcou-me muito. Tínhamos muito pouco tempo de preparação das personagens em que Isabel vem para o Reino de Portugal com 12 anos, eu sou mais velha e acompanho-a. É mais que uma amizade, é como se fossem irmãs, sangue do mesmo sangue. Aliás foram sepultadas não muito longe uma da outra e até tinham projetado as sepulturas em conjunto. É um amor fortíssimo o que existia entre elas.”  O facto de terem que partilhar muitas das cenas faria com que atrizes acabassem por desenvolver também, mais que uma estreita relação profissional, uma forte amizade fora do plateau, confidência Anabela. “Neste projeto acabei por ficar muito amiga da Maria João e tentamos sempre por a conversa em dia e trocamos mensagens constantemente.  Eu não estava à esperava que a Maria João Bastos fosse a mulher que é, mas é uma pessoa fascinante e extraordinária e diverti-me como raramente me diverti. Sou fã da Maria João. E tenho muitas saudades dela.

“Foi o concretizar de um sonho”

Para Sérgio Praia (Variações) poder interpretar uma personagem histórica foi um dos predicados que o fez aceitar embarcar nesta aventura, reconhece: “Isto foi o concretizar de um sonho que tinha, o de poder trabalhar esta época. Eu adoro tudo o que seja histórico e esse foi o principal desafio. Faço de Pomes Lourenço, um homem dúbio que tenta minar o filho do rei para ir para a batalha. É um personagem muito vaidoso e é um homem que está na guerra, mas que desmaia com sangue. Tem um lado físico, meio de bailarino, onde mata as pessoas com piruetas e que gosta de usar roupas que tenham um certo requinte. O outro desafio que tive, que era um desejo que tinha há muito tempo, foi o de aprender a andar a cavalo. Quase que morri na primeira vez que o fiz, pois treinámos com as capas e espadas, e foi logo no primeiro dia de gravações.” Porém, apesar de todas as medidas de segurança, a ator acabou por não escapar e foi infetado pelo Covid durante as filmagens, lembra: “Curiosamente fui o único que apanhou Covid, foi mesmo no final quando faltavam três semanas. Tive duas semanas em casa e tive de gravar tudo em apenas uma semana. Não me arrependo de nada, pois fiquei muito feliz com o resultado final e por ter feito parte deste projeto.”

Texto: Eduardo César Sobral

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