Natural da Figueira da Foz, Camilo nasceu no palco literalmente, a 23 de Julho de 1924. O parto aconteceu nos camarins do teatro do Grupo Caras Direitas, em Buarcos, que pertencia à avó e onde a mãe representava uma peça.
Com cinco anos pisou o palco numa peça e começou a carreira de actor aos 15, ainda na companhia itinerante da família. Mais tarde trocou a Figueira da Foz por Lisboa e estreou-se no teatro de revista em 1951 com Lisboa é Coisa Boa.
Foram perto de 70 anos, nos teatros de Lisboa e em digressões pelo país, sobretudo dedicados ao riso, muitas vezes em parceria, com atores como Beatriz Costa e Ivone Silva, Nuno Melo e António Feio ou Maria Emília Correia, a criar personagens como Agostinho ou Padre Pimentinha.
Abaixo as Saias (1958), Ó Pá, Não Fiques Calado (1963), Alto Lá Com Elas (1970), As Coisas Que Um Padre Faz (1976), Aldeia da Roupa Suja (1978), Há Mas São Verdes (1983), Isto É Que Vai Uma Crise (1992), Camilo & Filhas (1996) e O Meu Rapaz é Rapariga (2008) foram alguns dos seus sucessos.
Já era muito conhecido como actor de revista, mas a televisão tornou-o ainda mais popular. Entre 1995 e 2009 foi protagonista em sete séries de comédia, nas quais a sua personagem se confundia com ele próprio, sendo sempre apenas “Camilo”. A SIC apresentou Camilo & Filho, em 95, As Aventuras de Camilo, dois anos depois, Camilo na Prisão, em 98, A Loja de Camilo, no ano seguinte. Em 2002 foi na RTP1 que surgiu Camilo, o Pendura, mas em 2005 e 2006 regressou à SIC com Camilo em Sarilhos e Camilo, o Presidente, em 2009/2010.
Com Ivone Silva, aliás, protagonizou um dos pares de maior sucesso da televisão, “Os Agostinhos”, no programa “Sabadabadú”, de autoria de César Oliveira e Melo Pereira, em 1981, distinguido internacionalmente com uma menção honrosa no Festival Rosa de Ouro de Montreux, na Suíça. Outra das figuras que criou no mesmo programa, e que se tornou muito popular, foi “padre Pimentinha”.
A partir de 2012 aparece mais esporadicamente em programas televisivos e inicia uma luta contra o cancro, que o obriga a retirar-se. Durante a sua longa carreira, que inclui 47 revistas à portuguesa, contracenou com grandes nomes do teatro como Beatriz Costa, Raul Solnado, Vasco Santana e Ribeirinho.
Camilo de Oliveira morreu na noite de sábado, dia 2, aos 91 anos. O funeral realiza-se na quarta-feira, dia 6.