Homenagem a Ruy de Carvalho: uma noite repleta de emoções

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O actor Ruy de Carvalho foi esta quarta-feira condecorado pelo Presidente da república com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito e, à noite amigos e admiradores, reuniram-se para uma festa de homenagem pelos seus 90 anos de vida e 75 de carreira com um espetáculo em que participaram, entre outros, Rui Veloso, Luís Represas, Ana Marta, Wanda Stuart, FF e Toy, além dos atores João e Henrique de Carvalho, respetivamente filho e neto de Ruy de Carvalho, entre outros artistas.

Ruy de Carvalho nasceu em Lisboa, a 1 de março de 1927, estreou-se em 1942, numa peça encenada por Francisco Ribeiro (Ribeirinho), e anunciou a reforma em 1998, quando interpretava “Rei Lear”, de Shakespeare, para o Teatro Nacional D. Maria II, mas prosseguiu a carreira durante mais duas décadas, pelos palcos, pelo cinema, pela televisão.

O ator tem o nome associado à primeira peça exibida na televisão portuguesa, “Monólogo do Vaqueiro”, de Gil Vicente, quando da criação da RTP, em 1957, e também à primeira telenovela, “Vila Faia”, em 1982, realizada por Nuno Teixeira. Formado pelo Conservatório Nacional, atuou pela primeira vez no Teatro D. Maria II, em 1947, integrado no elenco da companhia Rey-Colaço/Robles Monteiro. Seguiram-se o Teatro Avenida, a companhia Rafael Oliveira e o Teatro Monumental, o Teatro do Povo e o Teatro Moderno de Lisboa, com sede no Cine-Teatro Império.

Em 1963, assumiu a direcção artística do Teatro Experimental do Porto, onde realizou a sua única experiência como encenador, com Terra Firme, de Miguel Torga. Regressou ao Teatro D. Maria II, quando este reabriu, em 1978.

Fez parte do elenco dos musicais Passa por Mim no Rossio (1992) e Maldita Cocaína (1994), de Filipe la Feria.

Em Espanha, trabalhou no Teatro Monumental de Madrid, a convite do encenador Simon Suarez, e protagonizou Fígaro, de José Ramon Encinar, no Teatro Lírico La Zarzuela, também na capital espanhola.

Estreou-se no cinema no filme Eram 200 Irmãos (1951), de Armando Vieira Pinto, seguindo-se Pássaros de Asas Cortadas (1963), de Artur Ramos, Domingo à Tarde (1965) e A Bicha de Sete Cabeças (1978), ambos de António Macedo, O Cerco (1969), de António da Cunha Telles, Cântico Final (1974), de Manuel Guimarães.

Em 1990, entrou em O Processo do Rei, de João Mário Grilo, e Non ou a Vã Glória de Mandar, de Manoel de Oliveira, com quem trabalhou ainda em A Caixa (1994) e em O Quinto Império – Ontem Como Hoje (2004).Nos últimos anos entrou em “A Morte de Carlos Gardel”, de Solveig Nordlund (2011), e em “Refrigerantes e Canções de Amor”, de Luís Galvão Teles, e “A canção de Lisboa”, de Pedro Varela, ambos de 2016.

Na televisão, o seu nome encontra-se nos elencos de “Inspetor Max”, “O Sábio”, “Massa Fresca”, “Bem-Vindos a Beirais”, “Destinos Cruzados”, “Louco Amor”, entre outras produções. O ator recebeu os Prémios de Imprensa para o Teatro, nos anos de 1962, 1981, 1982 e 1986, os Prémios de Imprensa para o Cinema, em 1965, 1966 e 1971, e os Prémios da Crítica, em 1961, 1962, 1964, 1965 e 1981. Em 1998, recebeu o Globo de Ouro Personalidade do Ano e o Prémio Luís de Camões, da Universidade Lusíada, e ainda o Prémio Byssainha da Fundação Bissaya Barreto. Em 1999, recebeu o Globo de Ouro para Melhor Ator.

Recebeu a Comenda e o Grande Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, respetivamente, em 1998 e em 2010, o grau de comendador da Ordem do Infante, em 1993, e a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pela secretaria de Estado da Cultura, em 1990. Em 2012, quando completou 70 anos de carreira, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, que dedicou aos portugueses, por estarem a viver o “muito difícil” momento da crise económica.

Apostámos (ou não estivéssemos no Casino Estoril) que ia ser uma boa noite, gostámos muito do que vimos e foram muitas as emoções no salão Preto e Prata.

Veja quem esteve presente na homenagem ao “penta Senhor”, como Carlos Carreiras, Presidente da CM Cascais, o apelidou.

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