Charlize Theron é a Rainha Má em “A Branca de Neve e o Caçador”

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Alta, bronzeada, loira e bonita… Charlize Theron é um dos melhores exemplos de beleza natural em Hollywood.

A brilhar no papel de vilã, em “A Branca de Neve e o Caçador”, ela irá certamente proferir muitas vezes a frase “Espelho meu, espelho meu, há alguém mais bela do que eu?”. No caso de Charlize Theron a resposta do espelho é fácil, pois a atriz é considerada uma das mais bonitas do mundo. Aos 36 anos de idade Charlize teve uma relação longa, cerca de nove anos, com o ator irlandês Stuart Townsend. Agora que está solteira, afirma sentir-se muito bem e diz não acreditar no “juntos para sempre”. Falou também um pouco sobre a sua relação com a beleza e com o envelhecimento. Apesar da sua aparência extremamente elegante e sofisticada afirma que de vez em quando não tem medo de “dizer disparates”.

Gostas de fazer papel de má?

Nunca pensei muito nisso. Gosto de interpretar todos os tipos de personagens. Quando recebi este papel não pensei “Boa, vou fazer papel de má”. Aquilo que eu acho é que todos temos potencial para fazer coisas emblemáticas basta querermos. Para mim o que interessa é a forma como encaramos as personagens, as circunstâncias que essa personagem tem que ter em conta… Isso é que é intrigante para mim.

A tua personagem diz “beleza é poder”. Para ti, o que é que esta expressão quer dizer?

No filme, eu digo “a beleza é o meu poder”, e de que forma é que eu acho que beleza é poder? O conto de fadas é muito focado nas coisas que ela faz para atingir essa beleza e neste filme nós mudámos um bocadinho o conceito. Há outros ângulos que podem ser analisados. A beleza é importante mas a história é mais que isso. Este filme assenta um pouco na ideia de que vivemos numa sociedade onde as mulheres são tratadas como flores murchas. Os homens são como os vinhos finos, envelhecem e ficam melhores. Este é um dos temas da história, mas não é o único e esta é uma personagem que precisa de ser jovem. Se ela não tiver a juventude ela não será poderosa.

Achas que há alguma forma de mudar essa imagem das mulheres?

Sim, quero dizer, eu acho que tudo depende da forma como as pessoas educam os filhos. Eu digo isto porque sinto que a minha mãe me educou assim e penso que o filme também diz isso. A Branca de Neve teve uma mãe que a ensinou e eu penso que as mães e os pais precisam de ser delicados na educação que dão aos filhos, pois é onde tudo começa. Se levarmos as crianças a acreditarem no seu valor ou a valorizarem-se a elas próprias a sua auto-estima quando forem adultas será muito mais elevada. Acho que grande parte do problema reside aí, na educação que é dada às crianças. Espero que a educação que me deram me faça acreditar em mim e no meu valor, mas claro que há algumas vezes em que tenho que bater com a cabeça para aprender por mim própria. É preciso errarmos para avançarmos.

A história da branca de neve que diz que “um dia o teu príncipe virá”… É desta forma que quando tiveres uma filha a queres educar?
Eu não espero por um príncipe, espero por vários (risos) Essa é a minha filosofia de vida. Eu não acredito no amor eterno com uma só pessoa. Eu já disse isso antes, mas estou também aqui a dizer o que é que para mim, não para os outros. É essa a grandeza do livre arbítrio. Todos temos livre arbítrio para fazer o que nós queremos, é dar um passo atrás, não julgar, eu tive alguns amores incríveis na minha vida. Eu estou pronta para mais alguns, mas nunca mesmo poderei afirmar a alguém que estou com essa pessoa para o resto da vida. Não acredito nisso, nunca o poderia fazer. Mas claro que esta é apenas a minha opinião.

Porque é que pensas dessa forma? Como é que tens a certeza que isso nunca vai acontecer contigo?
Não sei, é apenas a minha verdade. É uma espécie de, é aquilo em que eu acredito. Talvez um dia um venha a descobrir que estou errada, mas têm que mo provar primeiro. Mas eu não penso assim só em relação ao amor, penso assim em relação às pessoas. Acho que as pessoas entram na nossa vida por um determinado período de tempo, e é muito ganancioso pensar que é para sempre. Temos que estar na vida uns dos outros até a morte nos separe. Para mim há algo de muito errado nesta frase. Estou muito grata pelo tempo que tenho com as pessoas na minha vida, os meus amigos, os meus namorados… E não tomo como dado adquirido tê-los comigo pois não sei quanto tempo é que vai durar.

A expressão “para sempre” pode ser bastante claustrofóbica?
Apenas é uma expressão muito imprevisível. Acho que devemos pensar no hoje e no agora.

Alguém tem realmente amigos ao longo da vida?
Sim, acho incrível que isso possa acontecer. Mas não devemos tratá-los como se eles fossem ficar na nossa vida para sempre e sim tratá-los bem porque estão na nossa vida agora. É essa a minha filosofia de vida.

Achas que podes ser novamente nomeada para um Oscar?
Na minha opinião, se estivermos a fazer filmes a pensar nos Oscars vamos ter problemas. Gosto de fazer filmes porque exploro coisas que ainda não foram exploradas e ironicamente, as pessoas que me inspiram são aquelas que normalmente não são nomeadas para o Oscar. Então sinto que estou numa grande multidão. Michael Fassbender, Tilda Swinton, Brooks… não trabalham para ser nomeados, trabalham porque gostam de fazer filmes e lhes dá prazer interpretar personagens. São desempenhos como os deles que me fazem querer ir trabalhar. Não acho que devamos fazer filmes a pensar nos Oscars. Quando isso acontece, ou seja, quando somos nomeados, é uma honra incrível. Sinto que a grande recompensa do filme é que comecei a fazer coisas que as pessoas não estavam à espera que eu fizesse. Tive talvez as melhores críticas da minha carreira e foi uma experiência que eu nunca vou esquecer. E se isso não for gratificante, então é porque tenho as minhas prioridades erradas.

Antes disseste alguma coisa sobre a tua beleza. Não te consideras bonita?
Gostaria de que ter tempo suficiente no meu dia para me sentar e ter esse diálogo comigo mesma. (Risos) Como eu realmente gostaria de ter uma hora, mas o meu dia é tão preenchido com tantas outras coisas. Mas se fizesse isso eu seria um desperdício para a humanidade. Na minha cabeça não há tempo para isso.

Nunca tiveste um dia em que não gostasses de te ver ao espelho?
Acordei hoje de manhã porque o meu agente decidiu arrancar-me da cama para tomar o pequeno almoço, mas afinal ainda só eram 5h30 da manha (risos). Éramos os únicos na pastelaria. Eu estava naquela fase em que os meus olhos se movem e só depois é que se move o meu corpo. Cheguei ao estúdio e o pobre do maquilhador não sabia o que me fazer. Pedi-lhe para ir buscar gelo para por nos olhos. Olhei para o meu agente e pensei, o que é que estou aqui a fazer. E ele apenas me respondeu, estás aqui para trabalhar. Vamos ao trabalho.

Qual é o teu segredo para apareceres sempre tão linda e brilhante?
Não é bem assim. Na minha opinião o segredo está na transformação. A nossa aparência nos filmes não é igual à do dia a dia. As pessoas comprar revistas por causa da capa, e acham que nós somos mesmo assim, mas não é verdade. Não sou o que pareço, sou aquilo em que me transformam e quando eu vou, por exemplo, para os Globos de Ouro, tenho um maquilhador, um cabeleireiro, uma manicure, uma pessoa que está a desenhar o meu vestido em Paris, um estilista que está a desenhar as minhas jóias na Suíça. O que quero dizer é que é uma experiência completamente bizarra. Não dou crédito nenhum a isso. Até porque eu só vou lá para beber champanhe (risos).

Cresceste a acreditar em contos de fadas?
Cresci com os contos populares africanos, sim, porque nós africanos levamos os nossos contos populares realmente a sério. Mas não nos contam muitos. Na minha juventude a África do Sul estava a passar por uma fase complicada por isso não nos transmitiram muitos contos.

Os americanos são obcecados com o casamento, com o “foram feliz para sempre”, encontrar o príncipe encantado…
Bem, eu sou apenas uma mulher muito egoísta e quero muitos príncipes. (risos) Olha, vim de uma família onde não tinha realmente um grande exemplo de um bom casamento, e culturalmente, o divórcio não era aceite, talvez isso me tenha assustado, não sei. Não tento analisar isso. Tento apenas viver as minhas próprias verdades. Já estive muitas vezes fascinada por uma pessoa, se calhar deveria ter tido qualquer coisa como, “já estamos juntos há 10 anos, vamos casar”. Mas porque é que as pessoas têm esse tipo de discurso? Se calhar porque têm a pressão da família. Então sinto-me uma mulher com sorte porque a minha família não faz isso comigo.

©starsonline

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Veja aqui o trailer oficial do filme

 

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